quinta-feira, 14 de abril de 2016

Chuva de verão


























Ponte de pedra, tão magnífica em sua simplicidade
Abrigava flores, musgos e alguns cogumelos
Nela se encontravam energias singulares

Talvez nas travessias sejam deixadas 
mais coisas que se possa ver...

Para chegar até ela
flores, lagos
patos brancos e negros
Chuva e vida escorrendo pelos galhos secos

Tudo o que pesava no caminho de ida
aos poucos se dissolvia
com aquelas gotas de água doce e fria

Fechar os olhos e respirar profundo
era parte do necessário para inundar a alma 
do que à ela faltava

Outro fechar de olhos
viagens pelo próprio universo
Tão parecido com um quarto escuro 
onde por vezes deixamos que
toda a força que é preciso se perca

Quanta falta de amor por si mesmo
Ao deixar que isso aconteça

Mas estar na ponte faz parte do resgate...

Logo à frente, o rio vermelho
com um poço ao centro e um fim a perder de vista
Analogia aos abismos em nossos caminhos
Que podem ser contornados
Por um olhar mais atento
E um redirecionar do passo

Silêncio na mente
para observar e registrar
Não só as belezas do que há em volta,
Mas para buscar as próprias
ao olhar para o seu interior

Buscar sempre...
a leveza de um dia de chuva 
e a renovação de um banho de cachoeira

                                                                        Angèlique B.

2 comentários:

  1. Silêncio, travessias e abismos. Força renovada pelo contato com a natureza. E a água purificando tudo.
    Belo poema.

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    1. Na natureza sempre resgatamos nossas forças... Obrigada, Lover.

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