terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Histórias não vividas


























Em um sonho um "até logo" foi dito

sem palavras
Não era possível saber quando poderia
ver aquele olhar
Ou ouvir aquela voz
Que só de ser lembrada já fazia um sorriso surgir

Nos olhos dele eu podia ver...

Eram apenas lembranças que
deixavam um querer
De ter percorrido mais devagar aquele caminho
Enquanto havia folhas para escrever
Enquanto havia alguém
Que estava ali a caminhar junto 
mesmo tendo vários caminhos a serem escolhidos

Se pudesse acalmar o passo

Sentiria o perfume das flores que ali estavam
Apreciaria suas cores
Pegaria as pedras em que poderia tropeçar
E colocaria ao lado daquelas plantas
Ali elas ficariam bem mais bonitas

O vento eu poderia sentir em minha face

Me divertiria com ele a bagunçar os meus cabelos
Sentiria o calor do sol e tomaria banho de luar
Apenas abraçaria...
Envolveria no melhor que havia dentro de mim

Agora são apenas histórias não vividas

Perdidas na mente dos apressados
Que provavelmente só irão percebê-las
Quando tiverem que dizer "até logo"
e aqueles olhares tão preciosos
não puderem mais ver




Angèlique B.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Janelas da alma




Há um homem ali
Assistindo pela janela histórias que não vive
Ele ás vezes sequer sabe o porquê
De apenas ver

Não sabe se é o medo
Ou se é tomado pelo pensamento
de que terá mais tempo
Talvez um pouco de cada doce ilusão que criou

Ele vê o brilho
Atrás de sua máscara
Mas não a tira por não ter certeza do que acontecerá
depois que suas construções tortas se desmoronarem

Há uma cortina escura na janela 
Que não o permite sentir quanta luz há lá fora
Essa luz é capaz de iluminar toda uma existência
Daquele que se despe
E apenas se veste do sentimento mais puro que existe

Angèlique B.