segunda-feira, 23 de maio de 2016

Menos cor





















"Saí da loja com os anéis negros

Tão encantadores
Há tempos não sorria tanto escolhendo
objetos...
Descobrira coisas interessantes naquela cidade
Novos cheiros
Novos sabores
E andando pelas ruas
Vi um arco íris entre
as nuvens
Sem qualquer sinal de chuva
E com a câmera, tentando registrá-lo
Percebi que as cores sumiam tão rapidamente...
Não daria tempo
Fiquei parada ao final da rua 
sem reação olhando o céu...
De volta percebo que estava em frente
à uma casa
Portões abertos
E um rapaz estava a observar
Onde se perdia aquele olhar
perplexo
Veio até a mim e perguntou algo
Que não consigo me lembrar
pois minha mente estava 
tão longe dali
Disse a ele que estava tudo bem
Mais perguntas, quanto interesse
repentino por uma estranha..."

Quantas semelhanças com a vida
quando vemos as cores de algo se perdendo
sem nada poder fazer
E sempre alguém pergunta se está tudo bem
Na maioria das vezes sem interesse na resposta
Daí dizemos que sim
E no fundo o que queremos é sair correndo dali
Em busca de mais cores
De mais amor
No lugar em que nos sentimos mais
inteiros


                                                               Angèlique B.

domingo, 22 de maio de 2016

Um verso

















Ser...
Uni verse
O ser é humano
E talvez a beleza do caos
seja quando ele consegue ser
mais que isso, ser parte de algo
Não apenas estar lá

Em meio ao mar

é cavalo marinho
sereia
ou qualquer criatura que
seu sentido buscar
Sente a vida que a água traz

Estar no mato...

pode ser o lobo
que corre sentindo 
cada cheiro
ou águia buscando cada
movimento
sente a essência da mãe
natureza
e os mistérios da floresta,
e está tranquilo


Pode ser árvore quando quiser

sem perder sua liberdade
não está preso à terra por
mais que um momento
suas raízes sentem a vida
e energias ali presentes
e delas se alimenta

Quando vai encontrar o rio

terra úmida e pés descalços
se guia pelo som da água caindo
a cachoeira chama
é fonte de purificação,
deixa-se fluir na água

Volta à floresta 

deixa que as folhas secas
voem com o vento
nova primavera chega
e com ela borboletas 
e beija flores

Em qualquer melodia

que deixa se levar
A alma se torna a música
em toda sua beleza
o corpo traduz o sentimento em
dança
Ou os olhos mostram que tudo
aconteceu sem qualquer movimento

As noites

de lua cheia
com seu brilho magnífico que faz
se tornar ser encantado e encantador,

de estrelas 

onde se deita na grama e se
perde entre as constelações
os olhos têm a imensidão
do universo 
e o coração
tem o calor dos meteoros 

sentir toda a essência dos lugares

de onde passa
alimenta a força que não sabe ter
resgata a lembrança de que...
o que quiseres pode ser
deixa sem sentido tudo que é
pela metade
sorrisos contidos, olhares fugazes
se perdem no caminho

Conhece então a serenidade

de ser inteiro e sentir tudo
tão próximo
apenas se deixa ser verso
ser mais um tom que compõe
uma pintura
sente a resposta do universo
à seus pensamentos


                                   Angèlique B.